sexta-feira, 11 de abril de 2008

Quintana em um sopro

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mário Quintana

5 comentários:

Pedro disse...

quando lês que te toque a poesia
és o poeta que lê
que sente
que inventa
transporta
voa

quando lês que sentes a ler
és ressonância de palavras
sons de sentir
cheiros de tinta no papel
cartas de amor
postais ilustrados
imagens
borboletas

quando lês que lês para lá da leitura
a superfície arrepia-se
e é todo o corpo um transe
do corpo poema
poesia
amor

Pedro

R de Regina disse...

Neruda do lado de lá aqui chega e deixa seu sopro.

Pedro disse...

as palavras são folhas
despudoradas
caem com o Outono
para despir verdades

Luís

L de Luis disse...

Da próxima vez, convide seu Mário para vir junto.
Brindamos com um copo de tinto e ficamos a ouvi-lo.

R de Regina disse...

Ele irá com certeza