Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
4 comentários:
Que bonito, este Drummond...
E que bonito esse lugar onde nunca estive, mas estou, numa ausência que também não é falta.
Beijos de todos os meses :-)
Tu és linda!
Uma luz neste stream e na vida de quem teve o privilégio de conhecer-te
Beijos de todos os dias, destes meses, destes anos todos:-)
Ausência é apenas outro lado da presença, a presença pela falta... Baci
lembrei de Alvaro de Campos:
- sim sou eu mesmo
tal qual resultei de tudo.
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